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Tese

Valter de Carvalho Dias

A Indeterminação do Sujeito em Textos Baianos dos Séculos Xix e Xx: Um Estudo Sociofuncionalista 

 

http://www.ppglinc.ufba.br/sites/ppglinc.ufba.br/files/valter_de_carvalho_dias_-_tese_2017.pdf

Palavras-chave: Indeterminação do sujeito. Língua Portuguesa. Sociolinguística. Funcionalismo. Séculos XIX e XX.

Resumo: A presente pesquisa investigou as principais estratégias para marcar a indeterminação do sujeito em textos escritos na Bahia (Cartas de Leitores, Cartas de Redatores e Peças Teatrais), nos séculos XIX e XX. Buscaram-se não só as formas consideradas canônicas pelas gramáticas normativas, tais como as formas verbais sem sujeito lexical expresso como o verbo na 3ª pessoa do plural (Ø+V3PP), o verbo na 3ª pessoa mais o pronome “se” (Ø+V+SE) ou ainda o verbo no infinitivo impessoal (Ø+VINF); mas também outras estratégias como o uso de “você”, “a gente”, “nós”, “eles”, voz passiva sem agente (VPSA), o verbo na terceira pessoa do singular sem sujeito lexicalmente expresso (Ø+V3PS) e sintagmas nominais como, por exemplo, “o sujeito”, “o indivíduo” e “um homem”. O trabalho foi desenvolvido à luz do Sociofuncionalismo, no qual se tem o enquadramento teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista e a compreensão dos usos linguísticos na perspectiva do Funcionalismo. Identificaram-se os contextos extralinguísticos (período de publicação das cartas/peças teatrais e o gênero textual), linguísticos (flexão do verbo, tipo de oração, transitividade verbal, preenchimento do sujeito, estrutura do núcleo do predicado, concordância com o argumento interno do verbo, posição do argumento interno do verbo, e a ausência versus presença de preposição antes do verbo no infinitivo mais o emprego do “se”) e funcionais (função da indeterminação e o grau de indeterminação). Os dados, após sua coleta, foram submetidos à quantificação através do programa estatístico-probabilístico GoldVarb X. Os resultados mostraram que os textos baianos, publicados entre nos séculos XIX e XX, registram maior uso da forma canônica Ø+V+SE e inovam ao considerar a estratégia pronominal “nós”, como a segunda mais usada. Além disso, analisar as variáveis funcionais que tratam da função e do grau de indeterminação é imprescindível para melhor compreender a indeterminação do sujeito nesse período.

Dissertação

Valter Pereira Romano

Em busca de falares a partir de áreas lexicais no centro-sul do Brasil

 

https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3390110

Palavras-chave: Língua portuguesa - Variação, Língua portuguesa - Dialetos - Brasil, Centro-Sul.

Resumo: A necessidade de estabelecer áreas dialetais brasileiras subjaz aos trabalhos de cunho dialetológico implícita ou explicitamente. Antenor Nascentes, em O Linguajar Carioca (1922), apresenta um mapa dialetológico do Brasil, reformulado em 1953. O autor divide o português brasileiro em seis subfalares compreendidos em dois grandes grupos ? Norte e Sul. O primeiro engloba o subfalar Amazônico e Nordestino e o segundo compreende os subfalares Baiano, Fluminense, Mineiro e Sulista. Soma-se a esse conjunto de falares uma área denominada como Território Incaracterístico. Discute-se, nesta pesquisa, a divisão dialetal de Antenor Nascentes (1953) no que se refere à área geográfica do subfalar sulista, sob a perspectiva lexical, com vistas a propor uma reformulação. Como objetivos específicos, busca-se revelar as diferenças lexicais dessa área geográfica e delimitar linhas de isoléxicas e/ou heteroléxicas que podem refletir traços da história social do português. A hipótese central do trabalho pauta-se no pressuposto de que a região correspondente ao subfalar sulista não apresenta homogeneidade no que diz respeito ao léxico. Para alcançar os objetivos estabelecidos, adotam-se os pressupostos teóricos e metodológicos da Dialetologia e da Geolinguística e utilizam-se como corpus de análise os dados do Projeto ALiB correspondentes a 118 municípios brasileiros, perfazendo o total de 472 informantes. A rede de pontos contempla os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e parte do território de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Foram selecionadas 5 questões do Questionário Semântico-Lexical para validar a hipótese da pesquisa, a saber: 001 ? córrego; 039 ? tangerina; 132 ? menino; 156 ? bolinha de gude e 177 ? geleia. A partir da observação do comportamento diatópico das variantes documentadas para as questões supramencionadas e do tratamento estatístico para validar hipóteses sobre a homogeneidade ou heterogeneidade lexical na área do subfalar sulista, pode-se chegar à conclusão de que a porção setentrional do território investigado apresenta diferenças em relação à parte meridional, evidenciando a existência de dois grandes falares: o paulista e o sulista. Apesar de os limites e abrangência desses dois falares serem virtuais e fluidos, o falar paulista localiza-se, principalmente, no Estado de São Paulo e adjacências: norte do Paraná, oeste do Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, de Minas Gerais e Triângulo Mineiro. Este falar caracteriza-se pelo menor número de variantes lexicais e áreas de coocorrência de itens, predominando o uso da forma considerada padrão. Já o falar sulista, de influência sul-rio?grandense, localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul expandindo-se para o oeste de Santa Catarina e sudoeste parananese. Este falar revela traços do português em contato com outras línguas por conta de movimentos imigratórios e apresenta maior número de variantes lexicais delimitadas pelas linhas de heteroléxicas. A esses dois falares somam-se subáreas lexicais que ora se identificam com o falar paulista, ora com o sulista.

Dissertação

Valter Pereira Romano

Atlas geossociolinguístico de Londrina : um estudo em tempo real e tempo aparente

 

http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000171785

Palavras-chave: Língua portuguesa - Dialetologia. Geografia linguística - Londrina (PR). Linguística - Londrina (PR). Sociolinguística. Geolinguística. Atlas linguístico de pequeno domínio.

Resumo: Esta dissertação tem por objetivo principal descrever alguns aspectos fonéticos e lexicais do português brasileiro, observados na fala de usuários naturais do município de Londrina, Paraná. Para tanto, partimos da obra pioneira da geolinguística paranaense Aspectos linguísticos da fala londrinense: Esboço de um atlas linguístico de Londrina - EALLO (AGUILERA, 1987) cuja tarefa principal foi registrar aspectos fonéticos e lexicais deste município coletados no biênio de 1985 e 1986. Com o propósito de elaborar um Atlas Geossociolinguístico de Londrina (AGeLO), com base nas cartas do EALLO e nos novos dados coletados, buscamos neste trabalho contemplar tanto a perspectiva pluridimensional da variação linguística (THUN, 2005) como as mudanças em tempo real (real time) e tempo aparente (apparent time) (LABOV, 1996). Para a consecução dos objetivos, adotamos os procedimentos metodológicos do ALiB quanto ao perfil dos informantes, aos modelos de transcrição e à revisão dos dados coletados. As entrevistas foram realizadas in loco junto a 44 londrinenses, estratificados segundo as variáveis sexo, faixa etária e escolaridade, em 10 pontos linguísticos selecionados conforme a divisão político-administrativa e a origem da maioria de seus povoadores. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o questionário do Atlas linguístico do Paraná (AGUILERA, 1994), adaptado para coletar as variantes fonéticas mais salientes na fala da região e as lexicais que pudessem permitir o traçado de isoléxicas. O estudo em tempo real e tempo aparente, no que se refere ao nível lexical, apontou que as áreas de isoléxicas não mais se definem como na década de 80, ou seja, a região sul já não se diferencia tão significativamente da região norte, conforme detectou Aguilera (1987). Os dados apontam também que a fala londrinense se encontra em um processo de mudança linguística em progresso, evidenciada, sobretudo, por variantes diageracionais haja vista a nova configuração da comunidade estudada, hoje ainda mais urbana que na década de 80. Acreditamos que o caráter rural do instrumento de coleta de dados influiu, significativamente, na diminuição do polimorfismo lexical, assim como a crescente urbanização que contribui para o desconhecimento do informante acerca de referentes tipicamente rurais. Assim, os dados desta pesquisa são tratados sob uma perspectiva quantitativa, por meio de gráficos e cartas linguísticas, e qualitativa, buscando compará-los com cartas do EALLO (1987), levando em consideração os pressupostos de Labov (1996).

Dissertação

Verônica Barçante Machado

As Orações Relativas nas Atas de Audiência Pública da Câmara Municipal de Ouro Preto (MG): Uma Abordagem Sociolinguística

 

https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2544516

Palavras-chave: Orações relativas. Câmara Municipal de Ouro Preto. Atas. Audiência pública. Autoria.

Resumo: O emprego de orações relativas, no Português do Brasil, apresenta variantes padrão e não-padrão. Trabalhos de Mollica (1977) e Tarallo (1983) mostram a substituição gradativa da variante padrão pelas não-padrão. Kato (1993) associa as estruturas não-padrão a estruturas de deslocamento à esquerda, conhecidas como estruturas de tópico. Reche (1998) e Abreu (2013) versam sobre aquisição e uso das orações relativas por crianças e adultos. Este trabalho propõe um estudo sociolinguístico das variantes das orações relativas presentes nas atas de audiências públicas (APs) da Câmara Municipal de Ouro Preto/MG (CMOP). O objetivo geral é investigar qual variante relativa em coocorrência se destaca na escrita dessas atas. Como objetivos específicos, estabeleceu-se: investigar se a variante padrão das relativas está sendo, de fato, substituída, através do tempo, pelas variantes não-padrão, conforme apontam os estudos de Tarallo; verificar a forma com que a autoria das atas influencia o aparecimento de alguma variante; e identificar alguns fatores linguísticos e extralinguísticos que favorecem a ocorrência das orações relativas. Para a realização desta pesquisa, foram selecionadas 24 atas de Audiências Públicas, ocorridas entre os anos de 2001 e 2012. Ao rodar os dados no programa Goldvarb, foram encontradas 77% de relativas não-padrão e 23% de relativas padrão preposicionadas. Os fatores que mais influenciaram as relativas não-padrão foram: linguísticos - lugar e tempo, a preposição mais requerida pelo contexto foi em e as que mais influenciaram o aparecimento dessa variante foram outras (sobre, com e a), os verbos mais encontrados foram ter, falar, estar, ser, chegar, trabalhar, ir e precisar. Associada a alguns desses verbos, a função sintática de objeto indireto foi a mais influente, apesar de a mais encontrada ter sido a de adjunto adverbial. No tocante aos fatores sociais, levou-se em conta a escolaridade – ensino médio e ensino técnico – e o tempo de serviço na Câmara – ter de 6 a 10 anos de serviço na CMOP e ter trabalhado até dois anos na Seção de Atas. Os fatores que mais influíram nas relativas padrão foram: linguísticos – publicações, a preposição mais requerida pelo contexto foi em e as que mais impactaram no aparecimento dessa variante foram de e em, respectivamente; os verbos mais encontrados foram ir, estar, ser, ter e haver. Associadas a alguns desses verbos, encontrou-se como as mais influentes a funções sintáticas de adjunto adverbial e de complemento nominal; sociais – escolaridade, possuir graduação, especialmente em Letras, ter de 11 a 15 anos de serviço na CMOP e nunca ter trabalhado na Seção de Atas ou ter trabalhado no Setor até quatro anos. A classe gramatical substantivo, a presença de traço especificado e de traço menos humano foram os mais encontrados nas duas variantes estudadas. Ao comparar o áudio com o texto das atas, observou-se que apenas um autor realizava correções e os fatores que o diferenciam dos demais autores de atas são, principalmente, possuir graduação em Letras e ser professor. A partir dessa análise comparativa, é possível inferir que esses dois fatores sociais do autor influenciam o aparecimento das orações relativas padrão.

UMA REALIZAÇÃO

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2021 por Grupo de Pesquisa em Dialetologia e Sociogeolinguística, Mariana - MG

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